A psoríase é uma doença inflamatória crônica, que acomete a pele dos indivíduos e afeta 2% da população. Tem origem genética, porém sua causa ainda é desconhecida. Ocorre na mesma proporção em ambos os sexos, podendo surgir em qualquer época da vida, principalmente entre os 20 e 30 anos e entre os 50 e 60 anos de idade.
É uma doença caracterizada por lesões que ocorrem na pele, em diferentes graus a depender do tipo. Não se trata de uma doença contagiosa, embora muitas pessoas se afastem de pessoas com psoríase acreditando que possa ser. Manifesta-se de forma alternada, alternando períodos de remissão e exacerbação dos sintomas clínicos. Os períodos de exacerbação são desencadeados por fatores ambientais como o clima frio, estresse, vírus, fungos, bactérias, fumo, álcool, drogas e alimentação. As partes do corpo onde mais aparecem lesões são no joelho, cotovelo, couro cabeludo, palma da mão e sola dos pés.
Alguns estudos fazem a associação da psoríase com a intolerância ao glúten. As pessoas com intolerância ao glúten possuem uma maior permeabilidade intestinal, o que permite a passagem de bactérias e partículas de alimentos mal digeridos na barreira intestinal, desencadeando um processo alérgico e inflamatório, consequentemente, piorando os sintomas da psoríase. A prevalência e a gravidade das manifestações da doença têm se mostrado diminuídas em indivíduo que praticam o jejum ou segue uma dieta hipocalórica. Porém, os mecanismos que fazem com que a doença se manifeste de forma mais amena nessas situações ainda é desconhecido. Acredita-se que a restrição calórica e o jejum estão associados a uma menor ingestão de ácido araquidônico, responsável pela produção de substâncias inflamatórias, e a diminuição do estresse oxidativo, ambos exercendo efeito sobre a inflamação crônica.
Dietas vegetarianas podem exercer efeitos benéficos para pacientes psoriáticos, pois estão associadas a uma menor ingestão de ácido araquidônico e uma menor produção de substâncias pró-inflamatória no organismo da pessoa. Porém, podemos diminuir ou balancear a ingestão de ácido araquidônico oferecendo ao paciente mais ácido eicosapentaenóico, o qual será metabolizado pelas mesmas enzimas do araquidônico, porém dando origem a substâncias menos inflamatórias, exercendo efeito antiinflamatório. Os estudos com ômega 3, que seria uma boa fonte de ácido eicosapentaenóico, ainda não são conclusivos quanto a dose recomendada, mas a maioria dos estudos demonstram melhora nos quadros psoriáticos.
Também importante no tratamento da psoríase é a ingestão de nutrientes antioxidantes, que atuam combatendo os radicais livres e o modulando o estresse oxidativo, ambos associados com a inflamação da pele durante período de exacerbação. Entre os antioxidantes estão o selênio, o beta-caroteno, o alfa-tocoferol, capsaicina, zinco, quercetina, entre outros. Aloe Vera também é interessante para auxiliar no processo de cicatrização das lesões. Bastante utilizado no tratamento da psoríase, o calcitriol, ou vitamina D, tem efeito antiproliferativo e imunomodulador. Geralmente utilizado como suplementação oral e também uso tópico nos períodos de exacerbação da doença.
Pacientes psoriáticos devem evitar a ingestão de álcool e o fumo, pois ambos estão associados com uma maior gravidade da doença, já que atuam aumentando o estresse oxidativo. O álcool, quando ingerido em períodos de exacerbação, pode, inclusive, aumentar o risco de cirrose hepática se associado a medicamentos que são hepatotóxicos.
Sendo assim, o acompanhamento de um profissional nutricionista é importante para trabalhar com os melhores alimentos e nutrientes antioxidantes e antiinflamatórios, amenizando assim os sintomas da psoríase.
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